domingo, 17 de novembro de 2013

Adenocarcinoma Endocervical- Dicas

O exame imuno-histoquímico é uma ferramenta de grande importância para o patologista, auxiliando tanto nos diagnósticos diferenciais quanto na subtipagem de tumores, prognóstico e sensibilidade a medicações.

Assim, começamos a coluna Dicas de Imuno-histoquímica, sempre relatando da fundamental necessidade de correlacioná-la com as alterações morfológicas, jamais como elementos isolados.

Comecemos, então, pelo adenocarcinoma de endocérvice. Com frequência menor que o carcinoma espinocelular da região, seus subtipos e presença de lesões benignas locais podem gerar confusão diagnóstica, especialmente em biópsias e lesões in situ.

As lesões benignas mais frequentes são a hiperplasia microglandular da endocérvice, a metaplasia tubária, a hiperplasia mesonéfrica e a hiperplasia lobular cervical. Diferente dos adenocarcinomas, elas exibem: ausência de um padrão infiltrativo, localização no terço superficial, arranjo ordenado, pouca alteração do estroma adjacente e ausência de atipias.

Para ser considerado uma lesão suspeita de carcinoma não basta ter apenas uma característica alterada,  mas várias delas agrupadas na mesma lesão. Como exemplo,um cisto de Naboth profundo pode chegar até o teço inferior da parede endocervical e, ao romper, gerar reação desmoplásica estromal, podendo ser confundido com lesão maligna. Já um adenocarcinoma in situ apresenta atipia, pseudoextratificação, figuras de mitose e de apoptose, mas o fato de ser in situ fará com que não tenha os sinais de invasão que auxiliariam no dignóstico de lesão maligna.

E como a imuno poderá nos ajudar? Os adenocarcinomas endocervicais usuais expressam frequentemente CEA positivo e e KI67 >30% . Apenas os carcinomas expressam p57, mas apenas em 10% de suas células. Além disso, temos a positividade difusa e forte do p16 nos lesões malignas , enquanto a mesma é rara ou nula nas benignas. Por fim, as lesões mesonéfricas se diferenciam pela expressão luminal do CD10, com os carcinomas mesonéfricos exibindo Ki67 > 30%. Caso a dúvida seja entre um carcinoma originando se da endocérvice ou do corpo uterino nos tumores endometrióides,  temos a positividade de CEA e P16 no tumor endocervical, sendo negativos nos de origem endometrial, que costumam expressar positividade para vimentina e receptores hormonais (estrógeno/progesterona).

Esperamos que seja útil na prática de todos!

Fontes: Patologia Diagnóstica dos Tumores (dr Athanes Billis, Albina M.A. M. Altemani, Liliana A.L.A Andrade) e http://www.archivesofpathology.org/doi/full/10.1043/1543-2165%282008%29132%5B402%3AAOITGP%5D2.0.CO%3B2?prevSearch=Immunohistochemical%2Bcervix&searchHistoryKey=&queryHash=62040e1ba2ad1e3d7fa8aaf4531a5a71

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

  Boa noite!
 Primeiro, estou pedindo desculpas pelos problemas tecnicos que imbossibilitaram novas postagens.
  Em segundo lugar, quero anunciar o inicio de uma nova era para  o blog!
 Aguardem novidades em breve!

terça-feira, 22 de março de 2011

Câncer de Mama- População

Um conjunto de células forma um tecido e, por sua vez, os tecidos formam os órgãos do nosso corpo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células. No seu ciclo de vida, as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células.
 O câncer é definido por uma proliferação anormal de um conjunto de celulas, isto é, a perda do controle sobre a proliferação celular. Os benignos são aqueles que normalmente não invadem nem se espalham pelo corpo, já o maligno é o oposto. E um câncer frequente é o Câncer de mama, cujas melhores formas prevenção e detecção estão no link ao lado: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/publicacoes/cancer_mama_2010.pdf

BIÓPSIA
Muitas vezes é necessário retirar tecido ou líquido da mama, para ajudar o médico a perceber se é um câncer. A este procedimento chamamos biópsia. Para efectuar uma biópsia, o médico pode recomendar uma consulta com um cirurgião ou um médico especializado em doenças da mama.
Por vezes, uma área suspeita, visível numa mamografia, não é palpável (sentida) no exame clínico da mama. O médico poderá usar aparelhos que fornecem imagens, para ver a área onde será retirado o tecido. Estes procedimentos incluem a biópsia guiada por ultra-sons, com agulha localizada ou estereotáxica.
Os médicos podem retirar células ou tecido da mama, recorrendo a diferentes métodos:
Aspiração com agulha fina: o médico usa uma agulha fina para remover líquido e/ou células de um nódulo na mama, que deverá ser analisado num laboratório, onde um patologista usa um microscópio para procurar células cancerígenas.
Biópsia "Core": o médico usa uma agulha para remover tecido mamário. Um patologista analisa o tecido, para ver se tem células cancerígenas; este procedimento é, também, chamado microbiópsia.
Biópsia cirúrgica: numa biópsia incisional, o cirurgião remove uma amostra de um nódulo ou de uma zona anormal. Se for uma biópsia excisional, o cirurgião remove completamente o nódulo ou a zona anormal. Posteriormente, um patologista analisa o tecido retirado, para ver se tem células cancerígenas.
Se existirem células cancerígenas, o patologista pode, então, caracterizar o tipo de câncer. O tipo de cancer da mama mais comum é o carcinoma ductal: tem início no interior dos ductos (canais de passagem do leite).
   Através da definição do tipo e subtipo pelo patoologista é que se pode definir exatamente a melhor forma de tratamento para o paciente.

Fontes:
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama/cancer_mama+
http://www.roche.pt/sites-tematicos/infocancro/index.cfm/tipos/cancro-da-mama/

Sugestão de tema dado pela dra Cláudia Rossetti

sábado, 15 de janeiro de 2011

Novos links!

Acrescentados os links da Sociedade brasileira da Matologia -Regional São Paulo
http://spmastologia.com.br/

e da Archives of Pathology: http://www.archivesofpathology.org/

Sugeridos pela dra Cláudia Rossetti e pela dra Mariana Morini, respectivamente.

Paleopatologia e neoplasias

(Papiro com trcho do Livro dos Mortos, fonte Wikipedia)

A paleopatologia é o ramo da ciência que estuda as doenças humanas através dos tempos, sendo um dos mais famosos ramos o estudo das múmias. Com isso, podemos conhecer melhor a origem da patologias atuais e até planejar novas estratégias de prevenção e cura ao analisar como uma moléstia se espalhou e afetou determinada população.

Uma matéria antiga, mais bem legal, saiu na Superinteressante em 1988:
http://super.abril.com.br/cotidiano/mumias-licoes-3-mil-anos-438622.shtml
Um tema recente  é a baixa presença de neoplasias malignas em  cadáveres antigos: http://noticias.r7.com/saude/noticias/estudo-com-mumias-culpa-vida-moderna-por-aumento-nos-casos-de-cancer-20101014.html

    Isso pode ser usado para levantar a seguinte questão: até que ponto isso se deve a baixa incidência de tumores e até que pouco às tecnicas de análise?
   Afinal, de um lado, temos a explosão no período indutrial de hábitos e poluentes  extremamente cancerígenos, como o tabagismo,o sedentarismo, a dieta rica em gordura e sal, a poluição  causada pelos carros e pela indústria em geral, a radiação nuclear.  O melhor exemplo é o amianto, cuja manipulação só foi restrita recentemente. Com o advento da Revolução Industrial no século XIX, o amianto foi a matéria-prima escolhida para isolar termicamente as máquinas e equipamentos e foi largamente empregado, atingindo seu apogeu nos esforços das primeiras e segundas guerras mundiais. Dali para frente, as epidemias de adoecimentos e vítimas levaram o mundo "moderno" ao conhecimento e reconhecimento de um dos males industriais do século XX mais estudados em todo o mundo, passando a ser considerado daí em diante a "poeira assassina".

  Do outro lado, temos o problema da preservação de tecidos que variam pra cada técnica de embalssamamento, dos texto tecnicos de séculaos atra´s estarem muito perdios ou em linguagens de difícil acesso (  Os médicos e farmacêuticos antigos eram os alquímistas, benzedeiros e sacerdotes, com cada grupo usando uma lingugem cifrada própria. Quando você vê no texto antigo de bruxaria "acrescenar pó de asa de morcego" significa adicionar pimenta do reino! ) , além dos registros artísticos terem em parte se perdido e possuirem sua própria subjetividade.

ABREA - Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto: http://www.abrea.org.br/index.html
Paleopatologia: http://www.ccs.saude.gov.br/paleopatologia/paginas/o%20que%20e%20paleopatologia.htm

Aqui vai um momento de reflexão para todos!
Tema sugerido pelo Dr Ricardo Alves Basso e desenvolvido por mim, dr Luiz Henrique Cecanecchia fernandes

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Bem Vindos

Oiii gente!
Inauguro agora o blog oficial da Residência Médica de Patologia da Faculdade de Medicina do ABC,
idealizado pelo dr. Ricardo Basso.
Quem voss  fala é o webmaster e residente Luiz Henrique!
Sejam todos bem vindos!

RESPONSÁVEIS PELO BLOG

Idealizador: Dr. Ricardo Basso



Webmaster:Dr. Luiz Henrique Cecanecchia Fernandes